Eu me sentei ao lado de uma avó com o seu
neto no colo, outro dia no shopping. Eu me sentei ao lado dessa avó, porque eu
morri de inveja do menino, quando ouvi que a avó cantava pra ele. Eu quis ter
aquela idade, estar sentada naquela posição, no colo daquela avó. Daquela avó
não, da minha avó. O que simplesmente é impossível: não tenho mais aquela
idade, não caibo mais em colo nenhum e nem tenho mais a minha avó. Mas quando
eu ouvi a canção de ninar que a senhora cantava, tudo o que eu quis foi sentar no
colo da minha avó de novo, enterrar o rosto nos peitos dela e deixar que ela me
embalasse. Fraqueza, não sei. Só sei que qualquer um que teve uma avó um dia –
avó como foi a minha; ou como é aquela avó, avó que na minha cabeça é igual a
amor – sentiria uma baita de uma inveja daquele garotinho. E mesmo o homem mais
rico se sentiria muito miserável diante da riqueza de que o moleque dispõe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário