quarta-feira, 29 de junho de 2011

Criar leves versos.
Rimas ricas – ricas de humor e alegria.
Fazer brotar de dentro de mim a mais singela poesia.
Celebrar as pequenas belezas do dia para a elevação da alma. 
Não me permitir afetar pelos excessos da cidade.
Descartar o que não é essencial em cada linha.
Contudo, há tanto a fazer!
Como não me angustiar pelo tempo perdido?
Como conter o desejo de desacelerar os dias, deliciar-me com cada segundo...?
A vida é fugaz.
O corpo é efêmero.
E o infinito descortina-se a minha frente.
Carpe Diem sim!, mas, Inutilia Truncat?


Não adianta, sou um tanto barroca.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

janela



E agora estou quietinha aqui, sentada embaixo da janela.
Inerte.
Talvez para acumular energias, talvez por cansaço mesmo, ou por medo do que vou encontrar ali na frente se me levantar e sair andando (na verdade, por medo de como vou reagir a determinadas coisas que certamente encontrarei mais adiante), ou ainda para tentar manter a sanidade, já que não há nada que se possa fazer mesmo...
Torna-se quase confortável estar aqui à medida que o meu coração vai se aquietando.
É fresco embaixo da janela, e, sobretudo, dá para manter um olho no mundo: os amigos, as festas, os risos. É como estar lá e ao mesmo tempo manter-me seguramente longe.

domingo, 19 de junho de 2011

arco-íris dos horrores

    Domingo estava cinza pálido. Segunda-feira evoluíra para um tom gravite atormentador e terça-feira já estava escuro como a noite. Preto. Negro por completo. Toda a luz esvaíra-se. Quarta-feira milagrosamente assumiu um claro tom de bege. Morno. Pálido. Anestesiado. Hoje o amarelo fraquinho se anunciou, e já posso avistar cor -de -laranja no horizonte.
    É sempre assim, há anos esse mesmo padrão se repete. Pergunto-me quando é que tudo será tomado pelo branco. (Se o branco é a junção de todas as cores...).
    Anseio desesperadamente pelo branco! É que já estou exausta desse arco-íris dos horrores.