quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Partida

"Abandono o que é pronto
e digo adeus"
       Móveis.

Minha natureza me salva
todos os dias O tédio me ofende
Agradeço o seu remédio
mas, passarinho tem que voar

Quem sabe em outro lugar
fazer poesia em papel de pão

Os seus olhos esquecerão o meu sorriso
.

domingo, 13 de novembro de 2011



Não sei se ouvi, se pensei ou se sonhei:
hoje ser feliz é rir até a bochecha doer
e sentir as lágrimas saltando dos olhos apertadinhos.
Quem me dera ser poeta
para dizer que estou
“em um bloqueio criativo”
            [que é mais bonito do que simplesmente dizer que estou sem inspiração].
Acho que ando otimista demais.

Hoje estou com saudade.
Saudade da minha melhor amiga na infância
                                                          [que era a Ranger rosa e eu, a amarela].
Saudade de comprar biscoito no caminho para a escola,
e de caminhar para a escola, todos os dias, de mãos dadas com o meu pai.
                                                    [desejando que me aceitassem na Mansão X].
Saudade da minha avó. Linda a minha avó, sabia? Tinha o abraço mais carinhoso do mundo, as unhas vermelhas mais bonitas do mundo, e o cheiro de alho mais gostoso do mundo.
                                [o que fazia dela a melhor avó do mundo, no meu mundo].
Saudade de achar que sabia tudo e que havia pouco a saber.
Saudade de caber no colo da minha mãe, de poder me esconder no colo do meu padrinho e de quebrar os pratos.
                                                                        [como eu queria ter idade e imaturidade de novo para quebrar os pratos quando não pudesse mais falar, tamanha tristeza].
Saudade de sonhar em ser bailarina, de achar que a Rússia era ali do lado e me perguntar o porquê de nunca ter visto uma baleia na praia.
Saudade de adorar as baleias, mas querer mesmo era ser passarinho.
                                                               [que passarinho pode ir aonde quiser].



Saudade daquela sensação boa de escrever um poema que me invadiu há alguns minutos, e agora já se foi.
Acho que a Marcella tem razão e eu sou mesmo melancólica.